sexta-feira, 30 de março de 2012

Uma geração de pequenos cinéfilos

O cinema é uma paixão que se nutre desde cedo. Além da farta oferta de cineclubes frequentados por adolescentes e adultos, o Rio de Janeiro oferece também ótimas opções para crianças. Neste sábado, dia 31/03, é dia do cineclubinho Kinder Kino, o cineclube infantil do Baukurs Cultural, também em Botafogo.

Pensado como um espaço coletivo de aprendizagens em torno do cinema para a infância, o ambiente do Kinder Kino oferece a crianças de todas as idades a possibilidade de embarcar nas vivências proporcionadas pelo cinema infantil, chamando atenção para as nuances do gênero, sua linguagem, e para as sensações desencadeadas de forma lúdica pelos filmes. A programação seleta agrada igualmente pais e filhos. Neste sábado, por exemplo, será exibido o filme Asterix e Obelix: Missão Cleópatra (Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre, 2002), de Alain Chabat. O filme será exibido dublado em português.

A sessão se inicia às 16h. A entrada é franca e as crianças devem ir acompanhadas de um adulto. E atenção: é necessário fazer reserva por este email, ou pelo telefone (21) 2246-6242. São apenas 30 vagas. O Baukurs Cultural fica na Rua Goethe, 15, em Botafogo. Mais informações sobre o Kinder Kino aqui. Leve seus filhos e ajude a formar uma geração de pequenos cinéfilos.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Novas formas de sofrimento na vida contemporânea


A próxima sessão do Ciência em Foco acontece no dia 7 de abril, o sábado que cai logo após o feriado do dia 6. Após a exibição do filme Sem limites (Limitless, 2011), de Neil Burger, teremos um encontro com o Benilton Bezerra Junior, doutor em Saúde Coletiva pela UERJ e professor do Instituto de Medicina Social da mesma universidade.

Pesquisador das interfaces entre neurociências, psiquiatria e psicanálise, e da relação entre as ciências do mental e a construção de identidades culturais, Benilton abordará, no Ciência em Foco, questões atuais em torno da presença crescente das tecnologias de biorregulação do corpo e da mente na vida contemporânea, situando o que está em jogo na crescente busca pela otimização da performance e da satisfação das necessidades.

Caso tenha curiosidade sobre os temas de pesquisa e interesse do nosso convidado de abril, aproveite para assistir o vídeo de uma palestra ministrada pelo Benilton, que aconteceu no CPFL Cultura, em São Paulo, e que tem como tema os processos da subjetivação atuais e as novas formas de sofrimento. O vídeo está disponível aqui, no site do CPFL Cultura, que também possui um amplo acervo de vídeos com várias palestras interessantes.

E lembre-se! Dia 7 de abril, exibição do filme Sem limites seguido da palestra do Benilton Bezerra Junior, Do cultivo da interioridade à biorregulação da experiência. Em breve, também publicaremos no blog uma entrevista com nosso convidado. Não perca!


quarta-feira, 28 de março de 2012

Em foco, o cinema dos países lusófonos

O cinema em língua portuguesa é o centro das atenções durante esta semana na UERJ. Aconteceu ontem a abertura da V Mostra O cinema dos países lusófonos, juntamente com o terceiro simpósio internacional sobre o tema. A realização é do LCV - Laboratório de Cinema e Vídeo do Instituto de Artes da UERJ - e dos Programas de Pós-Graduação em Artes da UERJ e em Ciência da Arte da UFF.

Mais de 15 filmes serão exibidos na mostra, entre curtas e longas, até sexta-feira, dia 30/03. Pela manhã, um curso de extensão aborda os cinemas contemporâneos dos países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). À tarde, as mesas-redondas do simpósio internacional discutem os cinemas políticos de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal.

Acompanhe a programação no blog do evento ou em sua página do Facebook, e aproveite para conhecer e pensar maneiras de fazer cinema que falam a nossa língua. As sessões acontecem no auditório do Instituto de Artes da UERJ, que fica na sala 11.033-E. A UERJ fica na rua São Francisco Xavier, 524, no Maracanã, Rio de Janeiro. A entrada é franca!

segunda-feira, 26 de março de 2012

A dimensão fantasmagórica do cinema

Olá, pessoal! Está no ar mais um podcast do cineclube. Confiram a discussão que rolou em torno do filme Donnie Darko (EUA, 2001), com participação do doutor em letras e diretor científico da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCIBER), Erick Felinto. Preparem-se para muitos arrepios!


Clique abaixo para ouvir a palestra Explorando gêneros e analisando as potências fantasmagóricas da imagem (49min.). Ou baixe aqui o arquivo zipado (44MB).






Documentário, política e memória na Noite Patrício Guzmán

Aos que se interessam por documentários, as tradicionais segundas-feiras do Cinemaison - o cineclube ligado à Embaixada da França no Rio - reservam a noite de hoje, 26/03, para uma sessão dupla com dois importantes filmes do cineasta chileno Patrício Guzmán, que participaram de importantes festivais franceses.

O diretor havia apresentado seu último filme, Nostalgia da luz (Nostalgía de la luz, 2010), no Festival do Rio de 2010. Um dos maiores expoentes do cinema político, Guzmán costuma dizer que um país sem documentários é como uma família sem álbum de fotografias. Sempre interessado em voltar suas lentes aos conturbados momentos de seu país, muitos de seus filmes rememoram importantes personagens da história recente do Chile, trazendo à cena discussões inapagáveis em torno das ditaduras latino-americanas.

Serão exibidos os filmes Salvador Allende (2004), às 18h, seguido de O caso Pinochet (2001), às 20h. A entrada é gratuita e o cadastro pode ser feito no site do Cinemaison. A Noite Patrício Guzmán acontece na Avenida Presidente Antônio Carlos, 58, no Centro do Rio. Informações pelo telefone (21) 3974-6644. Mais uma grande programação para este início de semana.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Uma segunda-feira com Godard

Março é o mês a partir do qual o ano de 2012 engrena de vez, e os cineclubes universitários aos poucos vão voltando à cena. Na próxima segunda-feira, dia 26/03, é a vez do nosso vizinho, o Cine Drops UNIRIO - clube de cinema em gotas, que desde 2010 vem pingando suas gotas de cinema aos interessados pela sétima arte, com exibições de importantes filmes seguidos de conversas informais.

Para inaugurar os trabalhos do ano, será exibido o anárquico O demônio das onze horas (Pierrot le fou - França/Itália, 1965), de Jean-Luc Godard, um dos filmes que melhor expressa o frescor e a novidade da nouvelle vague, contando com o carisma da dupla Jean-Paul Belmondo e Anna Karina. A sessão acontece no auditório Vera Janocopulus, às 19h. A UNIRIO fica na Av. Pasteur, 296, na Urca.

Nada melhor que começar a semana com um libertador filme de Godard. Programe-se!



segunda-feira, 19 de março de 2012

Cineclube discute o uso de medicamentos para a otimização da performance dos indivíduos




O cineclube da Casa da Ciência da UFRJ apresenta Sem Limites, de Neil Burger, seguido da palestra “Do cultivo da interioridade à biorregulação da experiência: o que está em jogo?, com Benilton Bezerra Junior, professor do Instituto de Medicina Social da UERJ.
Produção americana de 2011, o filme nos faz indagar o que aconteceria se pudéssemos usar todo o potencial oferecido pelo cérebro humano. Com o auxílio de uma droga, Eddie Morra (Bradley Cooper), experimenta esta inusitada possibilidade, mudando radicalmente sua vida. De escritor sem criatividade, o personagem passa a um bem sucedido homem de negócios. Mas uma intrincada rede de interesses, tramada em sua escalada meteórica, e a falta do medicamento, passam a desafiar os destinos de Eddie.
Curiosamente, sua aguçada percepção do mundo serve, principalmente, para aprofundar o individualismo presente na exacerbada lógica de consumo em que está mergulhado. Nesta perspectiva, o palestrante Benilton Bezerra observa que, na sociedade atual, cada vez mais dispensamos a elaboração de conflitos e limites em prol de uma otimização da performance e da satisfação das necessidades recorrendo a tecnologias de biorregulação do corpo e da mente. Cabe a pergunta: o que se ganha e o que se perde com esse processo?
Venha curtir o filme e o debate que dialogam com a exposição Cadê a Química?, atualmente em cartaz na Casa da Ciência da UFRJ.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Filmes e debates marcam início da Ocupação Boal


Nesta quinta-feira, dia 16/03, data em que o dramaturgo Augusto Boal completaria 81 anos, terá início na Casa da Ciência da UFRJ a Ocupação Boal, projeto piloto do lançamento do CIM - Centro Interuniversitário de Memória e Documentação. Em parceria com a Faculdade de Letras, a reitoria e o Instituto Augusto Boal, as atividades do projeto são uma ótima oportunidade para aqueles que buscam pensar o teatro, a literatura e questões envolvendo política e memória.

Neste final de semana, acontecerá uma rodada de exibição de filmes e debates. No sábado, às 16h, será exibido Abertura (1990), da extinta Rede Manchete, seguido do filme Augusto Boal e o teatro do oprimido (Brasil, 2010), de Zelito Vianna. Após a exibição, haverá debate com o próprio diretor, com o diretor de fotografia Fabian Boal e Helen Sarapeck, coordenadora do Centro de Teatro do Oprimido (CTO-Rio).

No domingo, será exibido o filme Jana Sanskriti, um teatro em campanha (França/Índia, 2005), de Jeanne Dosse, que mostra as ações inspiradas pelo teatro do oprimido nos palcos indianos. Também será exibido o filme Meu marido está a negar (Moçambique, 2007), de Rogerio Manjate, documentário que registra as ações da peça homônima, encenada em Maputo. Após as exibições, haverá debate com a realizadora Jeanne Dosse, com o pesquisador Julian Boal e também com o representante do CTO-Rio, Geo Britto.

Na semana seguinte, mesas de debates conversam sobre política de memória e memória política. Veja a programação completa aqui, e aproveite!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Cineclube exibe Zabriskie Point, de Antonioni, na ECO/UFRJ

No ano passado, os frequentadores do Ciência em Foco já tiveram contato com dois filmes do cineasta italiano Michelangelo Antonioni, em nossas sessões de abril e dezembro. Desta vez, um cineclube vizinho, o Cinerama, da Escola de Comunicação da UFRJ, exibe hoje à noite mais um filme do cineasta, Zabriskie Point (1970) - uma de suas experiências mais radicais em cinema, que aborda o efervescente e enérgico período do final dos anos 60 nos E.U.A., na forma de uma contundente provocação aos valores da sociedade de consumo.

A sessão acontece nesta quarta-feira, dia 14/03, no auditório da CPM da ECO/UFRJ, no Campus da Praia Vermelha, a partir das 18h30. A entrada é franca! Veja mais detalhes sobre o evento e interaja com outros frequentadores na página do Cinerama no Facebook, e também aproveite para visitar o blog do cineclube. Boa sessão!


quarta-feira, 7 de março de 2012

Aprender sem um mestre: um paradoxo?

No último sábado aconteceu a primeira sessão de 2012 do Ciência em Foco. Pela primeira vez tivemos a honra de contar com o apoio da APILRJ (Associação dos Profissionais Tradutores/Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais do Rio de Janeiro), que nos cedeu intérpretes de Português/Libras para cobrir a palestra e contemplar a comunidade surda. A abertura da temporada, com casa cheia, contou com a exibição do filme Entre os muros da escola (Entre les murs, 2008) seguido da fala do professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ, Walter Kohan, que pensou com o público questões em torno do aprender e do ensinar. Nosso convidado iniciou sua fala afirmando que o cinema oferece não apenas uma oportunidade de se experimentar sensações, mas que ele é, também, uma forma de produzir e gerar pensamento. Por isso, ele marcou sua escolha metodológica de não interpretar o filme, mas sugerir certas linhas e provocações para pensar em conjunto com a plateia.

Walter partiu de uma pergunta incontornável que atravessa os domínios da escola e da educação: o que significa aprender? Toda sua fala desdobrou as possibilidades e as potencialidades de cada resposta, situado em uma das cenas finais do filme, quando o professor indaga seus alunos sobre o que eles aprenderam ao longo do ano. Ao voltarmos nosso olhar para a realidade das nossas escolas, muitos professores parecem pensar que o ato de ensinar significa, basicamente, transmitir o que se sabe, ao passo que o aprender se limitaria a incoporar um saber que o outro foi capaz de ensinar. O filme de Laurent Cantet encenaria, portanto, o drama dos limites desta concepção do ensino e da aprendizagem, quando nos mostra alunos que afirmam não terem aprendido nada na escola. Como nos posicionar diante daquele que afirma que nada aprendeu? Haveríamos de limitar o ato de aprender aos conteúdos que a escola espera que o professor ensine? A escola parece pressupor uma certa relação com o aprender que se associa à capacidade de incorporar um saber que o outro - o mestre - saberia de antemão. No entanto, os alunos nos fornecem indícios de que há outras formas de se compreender a aprendizagem, para além da transmissão de um saber prévio a ser incorporado.

Lembrando a cena em que uma aluna menciona uma passagem da República, de Platão, Walter trouxe à discussão a indispensável figura de Sócrates, cujos exemplos por ele legados nos fornecem pertinentes questões sobre o tema discutido. O que de fato incomodava aqueles que acusaram Sócrates de corromper os jovens com suas ideias, era a concepção de uma outra forma de entender a educação e a formação das novas gerações, que entrava em desacordo com aquela valorizada em sua época. Defendendo-se, uma das justificativas de Sócrates foi afirmar que ele nunca transmitiu saber algum. A única coisa que ele sabe é a ausência de valor do seu saber, afastando com isso as pretensões do conhecimento. Porém, como explicar o fato de existirem os que aprendem com ele, se ele mesmo afirma não ter nada a ensinar? Para uma escola atual, a afirmação de Sócrates seria um verdadeiro escândalo: não se aprenderia, de fato, de alguém, mas com alguém. Portanto, não haveria uma relação entre a transmissão de saber e a aprendizagem.

Walter também comentou a relação do ato de ensinar com a linguagem, já que ela se configura como uma dimensão a partir da qual talvez mais se evidencie, no filme, os conflitos sociais, políticos e econômicos que perspassam o universo da escola e da sala de aula. Sendo o personagem principal um professor de línguas, sua atividade é também um convite a adentrar aquele mundo, já que uma língua pressupõe sempre aspectos políticos, éticos e econômicos nela distribuídos. Com este movimento, Walter procurou marcar o aspecto voluntário do aprender, que reside no fato de se aceitar o mundo que se abre com o ensino. Logo, quando um aluno diz que não aprendeu nada, a afirmação pode se constituir em um ato de resistência, uma forma de não aceitar o mundo que se apresenta e suas regras.

Nossa próxima sessão acontece no dia 7 de abril, com a exibição do filme Sem limites (Limitless, 2011), de Neil Burger. Estabelecendo um elo com a nossa exposição Cadê a química?, refletiremos acerca dos aspectos em jogo na crescente demanda por tecnologias de biorregulação do corpo e da mente, em prol da otimização da performance e da satisfação de necessidades. Teremos a honra e a alegria de receber, como convidado do mês, Benilton Bezerra Jr., que é psicanalista, psiquiatra, doutor em Saúde Coletiva pela UERJ, onde é professor no Instituto de Medicina Social e pesquisador do PEPAS - Programa de Estudos e Pesquisas da Ação e do Sujeito. Sua palestra se intitula Do cultivo da interioridade à biorregulação da experiência: o que está em jogo? Marque na agenda e até lá!