sexta-feira, 26 de março de 2010

Mistérios da filmagem de Stalker

O sonoplasta Vladimir Sharun, que trabalhou com Andrei Tarkovsky em Stalker, afirmou que as mortes prematuras do diretor, de sua esposa e do ator Anatoli Solonitsyn estariam relacionadas com uma usina química que liberava material tóxico na direção do rio utilizado como locação do filme. Eles foram acometidos pelo mesmo tipo específico de câncer de pulmão. Outro fato curioso que reforça a tese da poluição industrial nos locais de filmagem é que nevou em pleno verão, e alguns membros da equipe apresentaram reações alérgicas no rosto.

Quer saber mais sobre o filme? Ou sobre energia nuclear? Venha para o Ciência em Foco do dia 3 de abril, e aproveite para visitar a exposição Energia Nuclear, aberta ao público de hoje até 27 de junho!

terça-feira, 23 de março de 2010

Fórum de Psicanálise e Cinema retoma atividades

Uma dica de programa cultural para esta próxima sexta-feira, dia 26 de março: o Fórum de Psicanálise e Cinema, que acontece toda última sexta-feira do mês na UNIRIO, inicia suas atividades de 2010 com uma sessão que promete uma estimulante troca de ideias.

Será exibido o premiado filme Há muito tempo que te amo (Il y a longtemps que je t'aime, 2008), recente estreia na direção de Phillipe Claudel, que também é escritor e professor de Literatura na Universidade de Lyon. O filme é estrelado por Kristin Scott Thomas. Após a sessão, haverá debate com o psicanalista Neilton Silva, depois de um breve intervalo com direito a um simpático cafezinho.

O Fórum de Psicanálise e Cinema foi criado em 1997 pelos psicanalistas Waldemar Zusman e Neilton Silva, como um projeto de extensão científica da Associação Psicanalítica - Rio 3. Desde 2004, a museóloga e professora da UNIRIO, Ana Lúcia de Castro, também integra a equipe.

Tendo já passado por diversos centros culturais cariocas, o Fórum passou a ser sediado na UNIRIO a partir de 2006, em parceria com o setor cultural da universidade. É uma grande pedida para aqueles que gostam de debater e pensar a partir dos filmes.

A sessão está marcada para as 18h e o debate para as 20h. O evento é realizado na Sala Vera Janacopulos, na UNIRIO. O endereço é Avenida Pasteur, 296, na Urca. A entrada é franca e também há estacionamento no local. Confira aqui maiores detalhes sobre a programação, bem como os próximos filmes agendados para o primeiro semestre.

sexta-feira, 19 de março de 2010

É preciso saber o que se busca para sair do lugar?

No filme de Andrei Tarkovsky, um escritor e um físico, guiados por um “stalker”, invadem uma região “proibida” da Rússia. Os três não sabem exatamente o que buscam. Em entrevista gravada em 1985, o diretor insinua que o mais importante no filme (como na vida) é a própria busca e a vontade de buscar algo, e não exatamente o que se alcança ao final de uma jornada:

“Por que não importa onde ele chegou? Porque o caminho é infinito. E a jornada não tem fim. (...) A coisa mais importante é adentrar o caminho. Aqui mora o problema. É por isso que para mim o importante não é tanto o caminho, mas o momento em que um homem o adentra, qualquer caminho”.

Venha participar da discussão sobre o filme Stalker, com o professor Octavio Aragão, no Ciência em Foco de 3 de abril!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Cineclube discute como seria viver num mundo limpo

Programe-se para o feriado! Como parte da exposição Energia Nuclear, o Ciência em Foco exibe no dia 3 de abril um dos mais famosos filmes de ficção científica de todos os tempos. Do diretor Andrei Tarkovsky: Stalker. Após a sessão, o professor de Comunicação da UFRJ, Octavio Aragão, apresenta a palestra Garimpando o imponderável: a energia limpa e a sociedade suja.

Em Stalker, um misterioso acidente origina um território proibido: a "Zona". Muitos tentam entrar no local para chegar ao “Quarto”, onde supostamente os desejos íntimos de cada um seriam realizados. O exército é acionado para garantir a segurança local, mas não é capaz de impedir que um “stalker” experiente, juntamente com um escritor e um físico, invadam a área.

A partir do cenário pós-apocalíptico do filme, repleto de usinas elétricas, fábricas desativadas, cemitérios de tanques e ruínas de construções, Octavio Aragão discute as possíveis consequências de se criarem equipamentos capazes de livrar o mundo da poluição. Octavio faz um paralelo com o romance que deu origem ao filme: Roadside Picnic, dos irmãos Strugatsky. A partir desta fábula sobre o desejo de transcendência do homem e suas amarras à materialidade, a questão que se coloca é: será que estaríamos preparados para um mundo limpo?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Clássico da ficção científica no MAST

Aqueles que frequentam o Ciência em Foco já devem saber que ele teve sua origem em 2004, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em São Cristóvão, uma instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Desde 2007, o MAST possui uma outra atividade que também promove exibições de filmes e debates: o Cine Ciência, que acontece todo segundo sábado do mês.

Inaugurando sua temporada de 2010, o Cine Ciência exibe, neste sábado, dia 13 de março, às 16h, o filme Planeta proibido (Forbidden planet - 1956), de Fred M. Wilcox, um dos maiores clássicos da ficção científica, citação obrigatória por parte de grandes cineastas e cinéfilos de hoje e do passado. Inspirado na peça A Tempestade, de Shakespeare, o filme inaugurou no cinema fantástico muitos núcleos de questões que viriam a ser explorados por diversos filmes posteriores.

Após a sessão, acontece um debate, ao estilo dos cineclubes de ficção científica, onde todos são levados a pensar a partir das reflexões sugeridas pela plateia. A entrada é franca, com distribuição de senhas 30 minutos antes da atividade, na recepção do museu.

O MAST fica na Rua General Bruce, 586, em São Cristóvão, no Rio. Confira a descrição completa aqui e programe-se.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Filosofia, literatura e cinema

A claustrofóbica adaptação para o cinema do romance O processo, de Franz Kafka, foi ponto de partida para uma discussão filosófica envolvendo cinema e literatura, na última sessão do Ciência em Foco. De acordo com nosso convidado Charles Feitosa, professor de filosofia da arte da UNIRIO, doutor em Filosofia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha, embora o livro e o filme se valham de uma premissa ligada ao direito, a palavra "processo" é também utilizada pela ciência para descrever a vida, por exemplo, na biologia.

Nosso convidado então fez com que a perplexidade do personagem Joseph K., diante de sua misteriosa e inexplicável acusação, fosse ampliada para a nossa própria vida, lidando diretamente com a questão da finitude. Em geral os homens não aceitam bem o fato de que são mortais, finitos, de modo que a morte é sempre vista como algo exterior, que requer uma explicação. De maneira provocativa, ele se pergunta se a vida e seus "processos" precisam de uma verdade última que os explique, que os dê sentido, ou enfim, que os justifique.

Após um percurso pela vida e obra de Kafka e sobre os elementos que fizeram de Orson Welles um cineasta que brinca com a relação entre verdade e ilusão, a plateia se mostrou bastante interessada, fascinada pelas questões tão atuais que poderiam ser desdobradas destes dois grandes mestres.

E por falar em mestres, nossa próxima sessão, dia 3 de abril, exibirá o filme Stalker, de Andrei Tarkovsky, considerado um dos maiores filmes de ficção-científica da história do cinema. Após a exibição, nosso convidado, Octavio Aragão, doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ, professor da Escola de Comunicação da UFRJ, ministrará a palestra Garimpando o imponderável: a energia limpa e a sociedade suja.

terça-feira, 2 de março de 2010

Fusão de dois gênios


 








"Não importa o que digam, esse é o meu melhor filme".

Com essas palavras, Orson Welles define O Processo, uma adaptação da obra homônima do famoso escritor Franz Kakfa. Considerando que o currículo de Welles no cinema não é nada modesto - A Dama de Shangai (1948), Macbeth (1948), Othello (1952), A Marca da Maldade (1958); Cidadão Kane, (1970); Verdades e Mentiras, (1974) - vale a pena assistir ao "grande eleito". Venha participar do  Ciência em Foco desse sábado e conferir a mistura de olhares de mundo tão singulares, além de pensar sobre as interferências entre literatura e cinema com o filósofo Charles Feitosa.