quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os bons costumes em questão


Nesta última sexta-feira do mês, 30 de abril - véspera do Ciência em Foco -, acontece na UNIRIO mais uma edição do Fórum de Psicanálise e Cinema. Será exibido o premiado filme Bons costumes (Easy virtue, 2008), dirigido por Stephan Elliot, conhecido pelo sucesso Priscilla - a rainha do deserto (1994).

Baseado na peça de Noël Coward, o filme apresenta elementos morais da sociedade inglesa após a I Guerra Mundial, a partir de conflitos familiares surgidos após o casamento de um jovem aristocrata inglês com uma americana. O filme será debatido pelo psicanalista Waldemar Zusman, após a sessão.

O Fórum de Psicanálise e Cinema foi criado em 1997 por Waldemar Zusman e Neilton Silva, como um projeto de extensão científica da Associação Psicanalítica - Rio 3. Desde 2004, a museóloga e professora da UNIRIO, Ana Lúcia de Castro, também integra a equipe.

A sessão está marcada para as 18h e o debate para as 20h. O evento é realizado na Sala Vera Janacopulos, na UNIRIO. O endereço é Avenida Pasteur, 296, na Urca. A entrada é franca e também há estacionamento no local. Confira aqui maiores detalhes sobre a programação, bem como os dois próximos filmes agendados para o primeiro semestre.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O caminho das histórias

Você já parou para pensar que as histórias têm história? Elas não nascem prontas: não caem do céu e nem saem da cartola de mágicos. Ideias surgem desorganizadas e, muitas vezes, até mesmo incoerentes. Vão se formando aos poucos, do encontro entre situações inusitadas, da curiosidade do olhar, do estranhamento do cotidiano... Pão e Rosas, uma instigante história de dedicação a uma causa, também percorreu um longo e curioso caminho até chegar a ser o que é. Saiba mais aqui!

Ainda não tem programa para o feriado de sábado? Venha para o Ciência em Foco assistir a Pão e Rosas, de Ken Loach. Aproveite e conheça a exposição Energia Nuclear, na Casa da Ciência!

domingo, 11 de abril de 2010

Cineclube homenageia trabalhadores


Em homenagem ao dia do trabalho, o cineclube exibe Pão e Rosas, de Ken Loach. O filme aborda a luta de classes através de um retrato da imigração ilegal e da opressão à classe trabalhadora. Maya, uma jovem mexicana, consegue um emprego de faxineira nos EUA e, juntamente com um ativista americano, passa a reivindicar melhores condições de trabalho. Mas a sua luta começa a pôr em risco o emprego, a família e até mesmo seu direito de permanência no país.

Após a sessão, o professor de Sociologia da UFRJ, José Ricardo Ramalho, apresenta a palestra: As transformações do trabalho na perspectiva de Ken Loach. Ramalho irá discutir algumas mudanças do trabalho no mundo atual – muitas das quais aparentemente representam “conquistas” para os trabalhadores – que resultam em uma precarização das relações dentro desse universo.
Depois do filme e da palestra, você poderá aproveitar ainda mais o seu feriado visitando a exposição Energia Nuclear. Participe!


sexta-feira, 9 de abril de 2010

A ficção científica de Godard, no Cine Ciência

Neste segundo sábado do mês, dia 10 de abril, acontece mais uma sessão do Cine Ciência, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Será exibido o clássico Alphaville (França/Itália, 1965), uma ficção científica nada usual, dirigida por um dos grandes fundadores da nouvelle vague, Jean-Luc Godard.

A própria Paris dos anos 60, em takes cujos ângulos revelam seus aspectos futuristas, serve de locação para a trama do filme, situada na cidade fictícia de Alphaville, dominada por um supercomputador que controla a vida dos cidadãos. Numa homenagem tanto à ficção científica como ao cinema noir, o filme acompanha a aventura do detetive Lemy Caution (Eddie Constantine) em sua missão de encontrar o inventor do supercomputador, e também convencê-lo a destruí-lo.

Após o filme, será promovido um debate, ao estilo dos cineclubes de ficção científica, onde todos são levados a pensar a partir reflexões da plateia. A atividade é voltada para o público a partir de 16 anos, e a entrada é franca. Senhas serão distribuídas 30 minutos antes do início da sessão, na recepção do museu.

O MAST fica na Rua General Bruce, 586, em São Cristóvão, no Rio. Confira maiores detalhes e a programação completa do museu aqui. Boa sessão!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O progresso e a felicidade, a partir de 'Stalker'

Oferecendo um contraponto poético e filosófico à exposição Energia Nuclear, inaugurada no último dia 26 de março, a sessão de abril do Ciência em Foco recebeu um público surpreendente para embarcar na jornada proposta pelo filme Stalker, de Andrei Tarkovsky. Após as quase três horas de projeção, o professor da ECO/UFRJ, Octavio Aragão - que é também escritor de ficção-científica -, conversou com o público sobre o romance dos irmãos Strugatsky - que serviu de inspiração para o filme -, e também sobre um desdobramento contemporâneo deste universo, nos games S.T.A.L.K.E.R., da companhia ucraniana GSC Game World.

À parte o papo sobre as diferenças e as peculiaridades destes diferentes formatos para a história, Aragão trouxe ao debate questões que cada um deles tratava, com especial ênfase no filme de Tarkovsky. Os aspectos misteriosos associados à 'Zona', no filme, atrelados ao cenário de desolação e decadência, evocam, à sua maneira, efeitos nocivos e desconhecidos da poluição industrial que, por sua vez, estão relacionados à busca de progresso a qualquer preço. Este foi o ponto de partida para uma reflexão sobre a ideia de progresso, questionando sua relação com a felicidade que ele poderia trazer.

Aragão partiu da crítica ao consumismo efetuada por Thorstein Veblen, no século XIX, para as atuais reflexões do antropólogo da comunicação Nestor Garcia Canclini, procurando pensar o consumo não apenas vinculado à posse de bens necessários, mas também associado à esfera do desejo, da produção de sentidos e valores que o determinam. A lógica industrial capitalista, e sua velocidade, alimentariam este processo tornando os homens cada vez mais afastados de uma felicidade mais fundamental.

Talvez inatingível, esta felicidade talvez se insinue na relação entre os três personagens do filme e na sua atenção ao tempo. Aragão tratou do modo pelo qual Tarkovsky pensava o processo de direção, descrevendo-o como uma forma singular de esculpir um bloco de tempo. Seus longos planos seriam estratégias para nos reconectar com uma pura dimensão de sensações e afetos, extraindo ou garimpando do mundo o imponderável, aquilo que não pode ser reduzido ao cálculo e à exploração.

Nossa próxima sessão acontece no dia 1º de maio, com o filme Pão e rosas, de Ken Loach. Nosso convidado será o professor José Ricardo Ramalho, professor titular do Departamento de Sociologia do IFCS/UFRJ. Aproveitando o Dia do Trabalho, sua palestra terá como tema as transformações do trabalho na perspectiva de Ken Loach. Até lá!