quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Como pode uma guerra fria?




O cineclube da Casa da Ciência da UFRJ retoma suas atividades em 2013 apresentando Dr. Fantástico, do cineasta americano Stanley Kubrich, no sábado dia 2 de março, às 16h. O filme será acompanhado da palestra As máquinas de informação e o mundo fechado da guerra fria, com o professor Henrique Cukierman, Doutor em Engenharia de Produção e integrante do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia (HCTE/UFRJ).

Segundo Cukierman, “Dr. Fantástico é um clássico sobre os temores e as paranoias da guerra fria. Para ‘pensar o impensável’, a tecnociência de guerra concebeu um mundo fechado cuja arquitetura seria constituída por máquinas de informação. Em meio ao pavor do apocalipse, procurou-se construir, a partir dos anos 1950, com o suporte dos recém-inventados computadores, as frágeis promessas de salvação, apoiadas na concepção militar do ‘C3I’ (comando-controle-comunicação-inteligência). Kubrick pouco acredita nelas, oferecendo um filme no qual se vislumbra com extraordinária clareza a gênese belicista e macabra da chamada era da informação”.

O roteiro tem por base o livro Alerta Vermelho, escrito pelo ex-tenente da Força Aérea Britânica Peter George e conta com a impecável e irônica atuação de Peter Sellers, (considerado um dos melhores comediantes do cinema, que estrelou também A Pantera Cor de Rosa). No filme, interpreta o Capitão Mandrake, da RAF (Royal Air Force); o presidente dos Estados Unidos, Mr. Muffley e finalmente o Dr. Fantástico, um ex-cientista nazista que, com o fim do III Reich, torna-se o conselheiro do presidente americano.

O filme Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb, lançado em 1964, recebeu inicialmente no Brasil o nome de Dr. Fantástico, acrescido da tradução do restante do título original: Dr. Fantástico ou como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba. Com o tempo, porém, tal título foi abreviado. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor ator (Peter Sellers) e Melhor Diretor (Stanley Kubrick) em 1965. Neste mesmo ano, conquistou pela BAFTA (Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão, em inglês) os prêmios de Melhor Filme Britânico e Melhor Direção de Arte Britânica, somando-se a extensa filmografia de Kubrick, autor de obras como “2001: uma odisseia no espaço” e “Laranja mecânica”.

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