Autora de vários ensaios e do livro Breve história do corpo e de seus monstros, Ieda promete tocar no ponto nevrálgico do filme: por que a linda Isabelle, protagonista interpretada por Marine Vacth, personagem de família com recursos e sem maiores dramas psíquicos, opta por prostituir-se?
Esta indagação permanece ao longo do filme de Ozon, que foi indicado em 2013 para a Palma de Ouro, em Cannes.
Para a professora Ieda, “o filme propõe um capital centrado no corpo, a partir dos dois valores máximos da atualidade: juventude e beleza. O que nos é apresentado é uma sociedade de mercado e Ozon torna isto evidente não gerando nenhuma causalidade material ou psíquica para a decisão da jovem bela de prostituir-se.”
Se esta falta de propósito pode gerar no espectador certo desassossego, será desta inquietação que surge uma questão básica tratada por Ozon e que será abordada por Ieda Tucherman em sua conversa com o público: “há algum espaço para o afeto nesta sociedade que precifica tudo?”
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