sexta-feira, 27 de abril de 2012

Luzes do Brasil em Recife


Os olhos do cinema nacional se voltam para Recife. Começou nesta quinta-feira, 26/04, a 16ª edição do CINE PE - Festival do Audiovisual, fazendo com que o final de semana e o feriado se transformem em uma intensa maratona cultural em Olinda. Serão exibidos 40 filmes, entre curtas e longas-metragens. Consulte a programação com os horários e os locais de exibição no site do festival, e programe-se.

Além das mostras competitivas, o Cine PE traz mostras infantis, mostras em bairros populares, oficinas, seminários e lançamentos de livros. Nesta edição, também haverá uma exposição do cartunista Arnaldo Angeli, com 30 ilustrações que brincam com o universo do cinema brasileiro. A exposição Angeli vê o cinema nacional pode ser vista no foyer do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Mais informações aqui.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Do campo às telas


O mundo do futebol se encontra em um momento efervescente. No Brasil, os campeonatos estaduais vão se definindo enquanto o continente acompanha atento o desenrolar da Libertadores, e o futebol europeu vibra com os surpreendentes momentos finais da liga dos campeões. Há quem considere os jogos verdadeiros épicos, repletos de ação, comédia, drama, e para alguns até mesmo horror.

Atentos às emoções que partilham os cinéfilos com os admiradores de futebol, o Cineclube CineFOOT, realizado em parceria com a Baukurs Cultural, exibe mensalmente filmes ligados ao tema, incentivando e enriquecendo o debate em torno da cinematografia do futebol. Nesta quinta-feira, 26/04, será exibido o filme O gringo (2010), documentário dirigido por Darko Bajic e Renato Martins, que acompanha a trajetória do ídolo estrangeiro do futebol nacional, Dejan Petković, nascido na então Iuguslávia.

A sessão acontece às 19h, no Baukurs Cultural, que fica na rua Goethe, 15, em Botafogo. Inscrições pelo telefone (21) 2530-4847. Veja aqui o convite. Mais informações também no site do CineFOOT. Boa sessão!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cinerama promove pré-estreia do filme "Girimunho"

Nesta quarta-feira, dia 25/04, o Cinerama  - cineclube da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO-UFRJ) - promove a pré-estreia do filme Girimunho (Brasil, 2011), de Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina. No filme, o sertão mineiro é o cenário em que flui a poesia entremeada à vida de seus personagens, situados entre a tradição e a novidade. O filme entra em cartaz na próxima sexta-feira.

Na pré-estreia de hoje, os diretores estarão presentes para abrir a sessão. Após a exibição do filme, haverá um bate-papo com Denilson Lopes, professor da ECO-UFRJ. A entrada é franca e a sessão começa às 18h30 no Auditório da CPM, na ECO, que fica no campus da Praia Vermelha da UFRJ. Assista abaixo ao trailer do filme, e boa sessão!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O cinema e o conhecimento do outro


O cineclube apresenta dia 5 de maio, às 16h, As hiper mulheres, de Carlos Fausto, Leo Sette e Takumã Kuikuro, seguido da palestra “A potência de um filme comum”, com Cezar Migliorin, professor do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF.

Fugindo a clichês de documentários sobre aldeias do Alto Xingu (MT), o filme é realizado por e com indígenas que ganham intimidade e liberdade diante da câmera, e registra uma valiosa tradição: o Jamurikumalu, maior ritual feminino da região. No enredo, um velho que teme pela morte da esposa idosa pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, para que ela cante uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.

Segundo o antropólogo Carlos Fausto, um dos realizadores, “o filme fala de música, memória e transmissão do conhecimento, que passa pelo afeto das relações pessoais”. Neste sentido, uma oportunidade singular para que o professor Cezar Migliorin nos convide a pensar “a complexidade dessa relação com o outro mediada pelo cinema e pelo desejo de conhecimento sobre o outro e com o outro”.

Ganhador do Prêmio de Melhor Longa-metragem Documentário no Festcine Goiânia em 2011 e Melhor Montagem e Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado, também em 2011.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cultura, subjetividade e novas tecnologias


No último sábado, o filme Sem limites, de Neil Burger, foi exibido no Ciência em Foco, seguido da palestra do psiquiatra e professor Benilton Bezerra Junior, do Instituto de Medicina Social da UERJ. Situando o tema do filme no horizonte contemporâneo das inovações do campo da psiquiatria, Benilton se propôs a abordar criticamente as questões sociais, éticas e morais que são muitas vezes ignoradas diante da euforia causada pelo rápido desenvolvimento tecnológico. De acordo com ele, o filme nos coloca diante do susto que reflete o choque das pessoas diante de novas tecnologias que surgem para alterar condições biológicas, psicológicas ou sociais dos humanos. Foi discutido o recente movimento de transformação da condição humana por meio das mais variadas tecnologias que atualmente invadem nossas vidas. Hoje, a complexidade das tecnologias de que dispomos torna a espécie humana capaz até mesmo de se apropriar dos mecanismos e dos destinos da evolução, não sendo mais compreendida apenas como efeito de vetores naturais, mas como resultado das nossas próprias aspirações e projeções com relação ao futuro. Nossa humanidade estaria relacionada a algum suporte biológico, ou poderia se relacionar também com outras formas de organização, como a sintética? O apelo atual ao aprimoramento das capacidades humanas, prometido pelas biotecnologias, nos afasta de uma resposta definitiva à pergunta sobre o que é ser um humano. As fronteiras entre o natural e o artificial está cada vez mais borrada, e a realidade apresentada pelo filme nos convida a discutir essa e outras questões.

A constituição de um sujeito humano tem a ver com a subjetividade, ou seja, com a vida subjetiva, a experiência mental, a capacidade de refletir sobre si próprio. Na constituição de um sujeito humano, está em jogo um processo que engloba tanto elementos universais como também elementos que dependem do mundo em que os indivíduos vivem, do contexto histórico, social, tecnológico, político, onde aquele sujeito se desenvolve, em relação com uma realidade a partir da qual ele se reconhece a si mesmo. Se nos constituímos como humanos e construímos nossas identidades nessa relação dinâmica entre a cultura e a realidade material, cada época terá um modo específico de conceber o indivíduo e de conceber-se enquanto indivíduo. Na época atual, vivenciamos um momento de transformação em que o indivíduo que cultivava a interioridade psicológica - aquele que se definia enquanto tal por sua dimensão interior, psíquica, afetiva - é progressivamente substituído pela importância atribuída ao corpo e em sua performance, à interioridade rebatida no funcionamento cerebral.

Como exemplo desta transformação, Benilton afirmou ser hoje difícil encontrar um jovem que sofra de angústia existencial, como era comum até meados do século XX. Nos dias de hoje, alguém que sofra de algo parecido convocará prontamente explicações como a depressão, alterações neurais que, por sua vez, requerem algum tipo de regulação química. No lugar da cultura da interioridade, teríamos hoje a cultura somática, na qual a performance motora e cognitiva são definidoras da imagem do indivíduo. Acrescido a isso, no âmbito político, substitui-se o horizonte de utopias pelas regras do mercado, pelos interesses corporativos que tornam o sujeito cada vez mais um consumidor pouco preocupado com o destino do mundo. Neste cenário, entra em cena a questão central tratada pelo filme: o aprimoramento (enhancement), entendido como conjunto de tecnologias e práticas cujo objetivo é ampliar e intensificar capacidades motoras, cognitivas, afetivas, e até mesmo morais dos indivíduos, admitindo a ultrapassagem de nossa condição natural.

Benilton salientou duas posições que se apresentam no debate em torno desta realidade: a que defende uma distinção entre o tratamento e o aprimoramento, tendo em vista o respeito e a manutenção de uma natureza imutável e das características naturais dos seres humanos, entendidas como dadas de antemão; e a posição que discute o conceito de natureza e entende a vida como processo de transformação contínua, da qual não se exclui a condição humana. Para esta última perspectiva, a distinção entre tratamento e aprimoramento é de difícil demarcação, já que a história da humanidade não seria mais que a história de seu aprimoramento: sempre utilizamos tecnologias que alteram o modo de ser humano. Em nossa sociedade controlada pelo mercado, a questão que nos interessa pensar, portanto, é o que está em jogo e o que levar em conta diante desta realidade. Qual a diferença entre a característica humana, desenvolvida com esforço, e outra adquirida com o auxílio da tecnologia? O otimismo exagerado da ciência reclama a necessidade de se pensar a respeito das consequências psicológicas, subjetivas, sociais, culturais, políticas e éticas envolvidas nos usos dessas tecnologias, seus modos de regulação e seus casos particulares, evitando as generalizações e incentivando a atitude crítica e a reflexão.

O debate trouxe ótimas contribuições à discussão, desdobrando diversos temas e colocando novas questões, como o apagamento da dualidade corpo/alma e sua relação com a cultura, e sobre as generalizações da psicofarmacologia aliadas aos interesses da indústria farmacêutica. Nossa próxima sessão acontece no dia 5 de maio, quando apresentaremos uma sessão exclusiva do filme As hiper mulheres (Brasil, 2011), de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro. Teremos a honra de receber, como convidado do mês, Cezar Migliorin, com a palestra A potência de um filme comum. Cezar é doutor em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ/Sorbonne-Nouvelle, Paris, ensaísta e professor do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF. Ele organizou o livro Ensaios no Real: o documentário brasileiro hoje. Anote na agenda e espalhe a notícia. Até lá!



quarta-feira, 11 de abril de 2012

O cinema intenso de Abel Ferrara, em retrospectiva


"Este filme deve ser tocado alto" (This film should be played loud). A frase, estampada no início de um dos primeiros filmes de Abel Ferrara, dá o tom e a a dissonância trazidos pela obra do diretor. Desde ontem, e até o dia 22 de abril, o CCBB-RJ apresenta a mostra Abel Ferrara - A religião da intensidade, uma grande retrospectiva da obra do inquieto cineasta nova-iorquino, desde seus primeiros filmes, seus curtas, até longas mais recentes.

Com sua trajetória independente, Abel Ferrara firmou-se como um autor cultuado pelo modo crítico e enfático de fazer filmes que dialogam com o cinema de gênero, evocando de forma própria os tormentos e as paixões dos seres humanos a partir de seus conturbados personagens e suas vidas intensas.

Acompanhe a programação no site oficial e programe-se para esta e para as próximas semanas. O CCBB-RJ fica na rua Primeiro de Março, 66, no Centro do Rio. Veja abaixo a chamada em vídeo para a mostra. Boas sessões!


domingo, 8 de abril de 2012

Segunda-feira com CineMarx


Nesta segunda-feira à tarde, acontece mais uma sessão do CineMarx, uma iniciativa em cine-debate universitária do Instituto de Educação Física da UFF (IEF/UFF). Será exibido o filme O homem do futuro (Brasil, 2011), de Claudio Torres.

O filme mistura romance e a ficção científica, narrando a história de um cientista que volta ao passado e se defronta com a possibilidade de modificar o seu destino. Após a sessão, haverá uma roda de conversa com a professora Martha Cupolillo, do IEF/UFF.

O CineMarx acontece em Niterói, na Sala Rosa do IEF/UFF, no Campus Esportivo do Gragoatá (Av. Visconde do Rio Branco, s/n - Centro). A entrada é franca. Bom início de semana, e boa sessão!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Semanas de Cinerama na UFRJ

Faltam apenas três dias para o Ciência em Foco de abril. Enquanto isso, o meio da semana está agitado e igualmente imperdível, com a programação de hoje do Cinerama, o cineclube da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO/UFRJ). Nesta quarta, dia 04/04, o cineclube abandona a sala escura e faz uma sessão ao ar livre no campus da Praia Vermelha. Na semana que vem, o cineclube prepara uma abrangente mostra com filmes brasileiros e debates.

A sessão de hoje será musical, com a exibição de dois documentários que tratam de dois momentos e personalidades distintas, tanto no tempo quanto no espaço, mas que representam, cada uma a seu modo, cenas bastante expressivas na história da música: George Harrison e Chico Science. A sessão começa às 18h30 no campo da Educação Física (campinho). A entrada é gratuita e a ideia é que o público se sinta à vontade, levando cangas, bebidas e o que quiserem para o espaço, animando este que será o aquecimento para a Semana Cinerama 2012.

Na semana que vem, de 9 a 13 de abril, das 14h às 22h, no auditório do CPM e do CFCH, a Semana Cinerama apresentará mais de trinta horas de filmes brasileiros produzidos entre a década de 50 e a atualidade. A programação coloca em cena a pluralidade de estilos e ideias do nosso cinema, promovendo ainda encontros com críticos, profissionais e realizadores, estimulando a reflexão sobre questões ligadas à produção audiovisual nacional. Como sempre, a entrada é gratuita. Veja a programação completa e o local na página do Cinerama no Facebook, ou em seu blog, e programe-se!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O que significa ser um humano?


"O que a ciência faz é tentar desvendar a natureza, e a natureza não ensina como devemos viver", Benilton Bezerra Jr., doutor em Saúde Coletiva e professor do Instituto de Medicina Social da UERJ.

1) O filme Sem limites sugere, a partir da ficção científica, uma realidade na qual pessoas saudáveis passam a fazer uso de medicamentos psiquiátricos, com fins de aprimoramento de determinadas capacidades biológicas ou cognitivas, um cenário que parece já estar se desenhando nos dias atuais. Como a medicina e a psiquiatria participam disso?

A medicina vem mudando rapidamente seu perfil nas últimas décadas. Ela deixou de operar entre a prevenção e o tratamento, e passou a incorporar a gestão permanente dos riscos à saúde, incorporando definitivamente ao seu horizonte o melhoramento das condições da vida física e mental. Na verdade, como veremos no debate, nem sempre é fácil distinguir tratamento de aprimoramento, essas fronteiras são mais móveis que estáveis. A questão é que hoje essa e outras fronteiras se deslocam muito rapidamente. A orientação dominante na psiquiatria, por exemplo, com a adoção dos DSM [o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders] e seus “transtornos”, vem diluindo os limites entre normalidade, diferença e patologia, fazendo de todos potenciais consumidores de diagnósticos e tratamentos e/ou intervenções para otimizar vários aspectos da vida subjetiva. Desde o início, os humanos procuram aprimorar suas capacidades. Nunca foi diferente. O que há de novo é a vaga sensação de que poderemos nos reinventar completamente como espécie, dado o alcance das biotecnologias. A bioengenharia molecular, a biônica, a psicofarmacologia, a biologia sintética etc, certamente irão mudar drasticamente certos aspectos da experiência humana. Daí a importância de uma visão crítica sobre os caminhos que estamos tomando.

2) Na cultura contemporânea o conhecimento que se apresenta como científico parece ter adquirido um enorme poder de persuasão social. De que modo o discurso científico alcançou o protagonismo que possui, e que desdobramentos éticos e sociais podemos daí depreender?

Já há algumas décadas, o discurso científico se tornou, de certa forma, o único que parece exibir autoridade e um valor incontestáveis. Todos os demais se tornaram alvo de crítica e desconfiança por parte dos indivíduos, que se veem como plenamente autônomos e capazes de decidir sobre tudo. O que acontece, porém, é que, evidentemente, precisam de mapas de orientação na vida social. É nesse espaço que floresce a expectativa de encontrar na ciência e suas produções algo como esse mapa. Mas a ciência não pode ocupar essa função. O que ela faz é tentar desvendar a natureza, e a natureza não ensina como devemos viver. Sobretudo hoje, quando a tecnociência aponta para uma superação da condição natural do ser humano, é preciso recuperar a urgência de recolocar as questões éticas fundamentais: o que significa ser um humano? Que tipo de sociedade queremos construir, fundada em que valores? Como utilizar a ciência e as tecnologias para auxiliar nesse objetivo?

3) Contraplanos - expresse em poucas palavras (ou apenas uma) sua sensação com relação aos sentidos e problemáticas evocadas pelas seguintes palavras:

Sofrimento: no plano da subjetividade pode-se fazer uma interessante distinção entre sofrimento e dor: o sofrimento é o mal-estar quando apropriado subjetivamente, ou seja, que interroga o sujeito nas suas relações consigo próprio e com o outro, que o interpela em busca de um sentido ou uma significação para sua experiência; a dor, ao contrário, é a vivência muda do mal-estar, que parece simplesmente acontecer ao sujeito sem que ele se veja implicado; de certa forma, no cenário atual é possível afirmar que o mal-estar vem sendo cada vez mais vivido como dor (daí o recurso automático à sua eliminação, sem nenhum apelo a uma reflexão sobre suas fontes e origens) do que como sofrimento.

Corpo: vivemos cada vez mais numa cultura somática, em que o corpo ocupa um lugar central na definição do que somos e do que queremos ser. Como tudo na história, isto traz algumas consequências preocupantes e outras interessantes. Entre as primeiras está o imperativo de gozo (inatingível) das imagens idealizadas, performance física e mental do corpo, fonte de mal-estar inevitável; entre as segundas, o efeito social transformador dos movimentos que contestam essa idealização e a própria ideia de que haja um corpo normal específico da espécie ─ o que tem aberto muitos caminhos de inserção social dos assim chamados deficientes (disabled).

Medicalização: frequentemente se pensa na medicalização como um efeito do crescimento do poder médico e da indústria de produtos e serviços de saúde sobre a população, que se torna vítima de mais uma forma de controle. Mas o quadro é bem mais complexo hoje. Boa parte do processo de medicalização tem origem na demanda dos próprios consumidores, que reivindicam acesso a diagnósticos, tratamentos, aprimoramentos e controle de riscos.

Diversidade: o movimento em torno do direito dos diferentes ao reconhecimento social, político e legal de suas características ─ promovido pela militância em torno das disabilities (deficiências) – é um dos acontecimentos mais interessantes e promissores da atualidade. Ver Oscar Pistorius, com duas pernas artificiais, buscando índice olímpico, ouvir um juiz cego falando de sua luta para vencer o preconceito, compreender a riqueza da língua de sinais, ler autistas narrando sua autobiografia etc, são experiências que têm o potencial de nos tornar a todos melhores cidadãos, mais capazes de agir na construção de uma sociedade humanamente mais rica, mais justa, mais interessante de se viver.



Saúde: a preocupação dos indivíduos com a própria saúde é uma característica bem-vinda dos tempos atuais. Vivemos mais e mais confortavelmente que nossos avós. Mas, de novo, nada é simples. O chamado healthism, a ideologia da saúde, transforma a saúde de um meio para viver uma boa vida, em fim em si mesmo. Numa cultura em que a reflexão sobre o que é viver uma boa vida começa a se resumir à contagem de calorias, controle do colesterol e faxina das rugas, muita coisa interessante claramente se perde.

4) Roteiros alternativos - espaço dedicado à sugestão de links, textos, vídeos, referências diversas de outros autores/pesquisadores que possam contribuir com a discussão. Para encerrar essa sessão, transcreva, se quiser, uma fala de um pensador que o inspire e/ou seu trabalho.

René Leriche (médico francês do século XIX): “A saúde é a vida no silêncio dos órgãos”.

5) Como conhecer mais de suas produções?

O currículo Lattes, no portal do CNPq, é uma maneira de conhecer o trabalho dos professores e pesquisadores brasileiros. No site www.pepas.org, que estamos relançando na UERJ, os interessados poderão conhecer outros pesquisadores do IMS, os cursos que oferecemos junto com suas bibliografias, os eventos que iremos produzir etc.